ATA DA TRIGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 14.04.1992

 


Aos quatorze dias do mês de abril do ano de mil novecentos e noventa e dois reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Trigésima Nona Sessão Ordinária da Quarta Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos consta­tada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Trigésima Oitava Sessão Ordinária, que deixou de ser votada face a inexistência de “quorum” deliberativo. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Artur Zanella, 01 Indicação, 01 Pedido de Informações; pelo Vereador Cyro Marti­ni, 01 Pedido de Providências, 01 Pedido de Informações; pelo Vereador Edi Morelli, 03 Pedidos de Providências; pelo Verea­dor Jaques Machado, 02 Indicações, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 62/92 (Processo nº 887/92); pelo Vereador João Dib, 01 Pedido de Providências, 01 Indicação; pelo Vereador Luiz Machado, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Nereu D’Ávi­la, 01 Indicação; pelo Vereador Vieira da Cunha, 01 Pedido de Providências, 01 Pedido de Informações; pelo Vereador Wilson Santos, 01 Pedido de Previdências. Ainda, foi apregoado Reque­rimento do Vereador Elói Guimarães solicitando renovação de votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 49/91. DO EXPEDIENTE constaram os Ofícios nºs 165, 166, 167, 168, 169 e 170/92, do Senhor Prefeito Municipal. A seguir o Senhor Presidente infor­mou da realização, amanhã, de Sessões Extraordinárias, a partir das nove horas e trinta minutos, para transcurso de Pauta e votação do Projeto de Decreto do Legislativo nº 03/92. Na ocasião, manifestaram-se a respeito os Vereadores Vicente Dutra e Lauro Hagemann. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Wilson Santos discorreu sobre abaixo-assinado entregue por represen­tantes da Associação do Bairro Ipiranga, contra a instalação , no Centro Comunitário daquele Bairro, de albergue para mulheres vítimas de violência. Declarou-se a favor dessa forma de albergue, esclarecendo os motivos do abaixo-assinado acima referido. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Vereador Dilamar Machado declarou que, amanhã à tarde, estará representando a Casa junto ao Tribunal Regional Eleitoral, para questionamento acerca da viabilidade de realização de consulta plebiscitária concomitantemente com as eleições municipais deste ano, acerca de questões relevantes para a Cidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Leão de Medeiros teceu comentários acerca do início oficial,no último fim de semana, das campanhas do PDT e PT para as próximas eleições municipais. Destacou as críticas efetuadas pelo candidato Carlos Araújo aos valores do Imposto Predial e Territorial Urbano em Porto Alegre, lembrando a atuação do PDT quando da votação, na Casa, do Projeto de Lei Complementar do Le­gislativo nº 03/92. O Vereador Gert Schinke solidarizou-se com os servidores da PROCEMPA, falando do movimento empreendido por estes trabalhadores na busca de melhores condições de trabalho. Registrou a posição do Partido Verde, contrário à liberação da caça, seja a nível estadual ou nacional. Após, o Senhor Presidente registrou a presença, no Plenário, de servidores da PROCEMPA, dizendo ter sido liberado o espaço de Tribuna Popular de amanhã para manifestação desses servidores. Também, comuni­cou a transferência, para amanhã, de visita que seria realiza­da esta tarde, à Casa, pelo Prefeito Olívio Dutra, para entre­ga das contas municipais relativas ao ano passado. Após, o Se­nhor Presidente deferiu Requerimento do Vereador Vieira da Cu­nha, solicitando que seja formada uma Comissão Externa para intermediar o conflito estabelecido entre os trabalhadores e a direção da PROCEMPA. O Vereador Nereu D’Ávila reportou-se aos problemas enfrentados pelos servidores da PROCEMPA, falando de Comissão Externa a ser instaurada relativa ao assunto.Criticou pesquisa publicada pelo jornal “Kronika”, acerca das possibilidades de reeleição dos Parlamentares que hoje integram a Casa. O Vereador Luiz Braz disse que seu Partido integrará a Comissão Externa a ser instalada na Casa para intermediação de con­flitos entre a direção e servidores da PROCEMPA, augurando pe­lo bom êxito dessa Comissão. Lembrou negociações buscadas por lideranças da Casa com o Governo Municipal, em julho do ano passado, quando de movimento grevista realizado pelos municipários de Porto Alegre. Ainda, referiu-se à pesquisa do jornal “Kronika”, relativa às próximas eleições municipais. E o Vereador Airto Ferronato solidarizou-se com os funcionários da PROCEMPA, pelas dificuldades por eles enfrentadas em sua luta por melhores condições de trabalho. Também, falou sobre pesquisa realizada pelo jornal “Kronika”, acerca das possibilidades de reeleição dos atuais integrantes deste Legislativo. A seguir o Senhor Presidente informou que o período de Comunicações seria destinado a homenagear o Programa Ciranda da Cidade, da Rádio Bandeirantes, a Requerimento, aprovado, do Vereador Vicente Dutra, convidando Sua Excelência a conduzir à Mesa dos trabalhos os jornalistas Paulo Solano, Gerente de Jornalismo da TV e Rá­dio Bandeirantes, e Roberto Veiga, apresentador do Programa Ciranda da Cidade. Ainda, como extensão da Mesa, registrou a presença, no Plenário, do jornalista Jairo Jorge. A seguir, o Se­nhor Presidente pronunciou-se acerca da solenidade e concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Vicente Dutra, em nome das Bancadas do PDS e PV, o Verea­dor Nereu D’Avila, em nome da Bancada do PDT, o Vereador Airto Ferronato, em nome da Bancada do PMDB, o Vereador Luiz Braz, em nome da Bancada do PTB, e o Vereador Clóvis Ilgenfritz, em no­me da Bancada do PT, manifestaram-se acerca da solenidade, sa­lientando a importância do programa Ciranda da Cidade, como veículo de debate democrático e de conscientização da nossa comunidade. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao jornalista Paulo Solano que, em nome da Rádio Bandeirantes, particularmente da equipe do Programa Ciranda da Cidade , agradeceu a homenagem prestada pela Casa. A seguir, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às dezesseis horas e onze minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária de amanhã, às nove horas e trinta minutos e convidando-os para a Sessão Solene às vinte horas de hoje. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dilamar Machado e Omar Ferri e secretariado pelo Vereador Leão de Medeiros. Do que eu, Leão de Medeiros, lº Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Presi­dente e por mim.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Dilamar Machado): Srs. Vereadores, estando presentes as Lideranças do PDS, do PDT, do PL, do PPS, e face à ausência do PT, que segundo consta está, hoje, em Seminário do Partido e da Administração do Partido dos Trabalhadores, a Mesa coloca aos Srs. Vereadores, às Lideranças presentes, a necessidade de realizarmos, amanhã pela manhã, um conjunto de Sessões Extraordinárias, primeiro para que possam ocorrer, sucessivamente, três Sessões de Pauta Especial, do Projeto de Resolução oriundo da Comissão de Finanças e Orçamento, que diz respeito ao Tribunal de Contas, relativamente, ao exercício de 1987, do Poder Executivo Municipal e suas Autarquias; tendo em vista que, à tarde, teremos Sessão Ordinária com Ordem do Dia. Na quinta-feira, por força do Decreto em consonância com a decisão do Executivo Municipal, a Câmara Municipal estará encerrando as suas atividades ao meio-dia, conseqüentemente, não teremos espaço de Sessão na parte da tarde. Eu consultaria às Lideranças presentes se estariam de acordo para programarmos estas Sessões Extraordinárias para amanhã pela manhã, e solicitaria ao Jornalista Adauto Vasconcelos, assessor da Administração que comunicasse o fato à Bancada do PT, se não houver oposição. Lamento apenas que tenha pedido o parecer do Ver. João Dib, e Vereador Nereu, e que tenham retirado.

Ver. Vicente Dutra, V. Exª fala pelo PDS

 

O SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente, não falo pelo PDS, sou apenas o Vice. Acho que por uma questão de prudência, uma vez que amanhã é quarta-feira, eu sugeriria que fosse transferida para quinta-feira pela manhã, pois teremos a partir do meio-dia um dos maiores feriados que este País já viveu. É isso aí, Vice é Vice.

 

O SR. PRESIDENTE: Ocorre que quinta-feira é o dia fatal para votação desta matéria, é o derradeiro dia; fecharemos o expediente da Casa, exatamente, ao meio-dia, V. Exª sabe que, se convocarmos para as 9h30min vamos abrir às 9h45min, até corrermos 3 Sessões de Pauta, e mais uma Sessão de Discussão Geral e Votação do Parecer, provavelmente não venceríamos esta matéria em duas horas, por isto a proposta de que se faça amanhã pela manhã, com a possibilidade de estendermos até a parte da tarde. Ver. Lauro Hagemann.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, eu me sinto até constrangido de tocar nesse assunto, mas eu gostaria de informar a V. Exª que o prazo fatal para a votação desse Projeto de Resolução é dia 17, portanto sexta-feira.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, a Mesa informa dia 16 porque evidentemente sexta-feira é feriado.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sim, mas os prazos ficam, automaticamente revigorados. Mas eu já disse, me sinto constrangido, eu aceito, acato, só queria dizer isso a V. Exª, o prazo fatal não é 16, é 17.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece a manifestação de Vossa Excelência. Algum outro Vereador gostaria de opinar a respeito da questão? É evidente que a Mesa está procurando, democraticamente, fazer, porque seria competência do Prefeito convocar a Sessão Extraordinária, mas eu não gostaria de arbitrariamente tomar uma decisão que é de interesse geral da Casa. Há uma proposta do Ver. Vicente Dutra para que se faça uma Sessão Extraordinária quinta-feira pela manhã; há uma proposta do Ver. Lauro Hagemann, como o prazo vence dia 17 e eu consultaria a Diretoria Legislativa, é correta a informação do Ver. Lauro Hagemann? (Pausa.)

Ver. Lauro Hagemann a Diretoria Legislativa traz a seguinte informação à Presidência: de 17 a 29 de fevereiro tivemos 13 dias de prazo, o prazo é de 60 dias.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: É que deu entrada no dia 18 de fevereiro na Comissão de Finanças.

 

O SR. PRESIDENTE: A chegada do Parecer do Tribunal de Contas deu entrada no dia 17 de fevereiro, na Câmara. A Diretoria me informa que o prazo conta a partir do ingresso do Protocolo Geral da Câmara Municipal. Aí, daria um prazo fatal dia 16 e não dia 17.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Tudo bem. Vamos votar amanhã.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Wilson Santos, V. Exª gostaria de se manifestar a respeito? (Pausa.) Ver. Gert Schinke? (Pausa.) Então, a Mesa comunica, tendo em vista as opiniões colhidas, que amanhã, pela manhã, a partir das 9h30min, os Srs. Vereadores estão convocados para uma série de Sessões Extraordinárias de Pauta, posteriormente de Discussão Geral e Votação do Parecer da Comissão de Finanças e Orçamento a respeito do Tribunal de Contas, com relação às contas do Município de Porto Alegre referentes a 1987.

Com a palavra, o Ver. Wilson Santos, em Comunicação de Liderança.

 

O SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes de me pronunciar acerca do assunto que me traz à tribuna, quero registrar algo a respeito da brincadeira que foi feita com o Ver. Vicente Dutra de que “Vice é Vice”, fiquei impressionado de ver a aproximação que tem o Presidente Fernando Collor com o Vice-Presidente Itamar Franco. O Vice-Presidente conseguiu comunicar-se com o Presidente através de carta. Veja só como é dura a posição de Vice

O assunto que me traz à tribuna é sério. Gostaria que estivesse presente o Ver. José Valdir, mas na sua ausência, presente seu companheiro José Alvarenga, a quem pediria especial atenção, para evitar mal-entendido.

O Ver. José Valdir foi autor de um Projeto de Lei que institui os albergues para mulheres vítimas de violência. Teve meu apoio, teve o apoio do Partido, porque é uma iniciativa meritória. Só que agora a Fundação de Educação Social e Comunitária, a FESC, decidiu colocar a primeira experiência de albergue para mulheres vítimas de violência no Centro Comunitário do bairro Ipiranga. Só que tenho aqui um abaixo-assinado inicial, com mais de 200 assinaturas, colhidas pela Associação do Bairro Ipiranga, radicalmente contra a implantação do albergue, dentro do Centro Comunitário. As razões são: primeiro, tira a sala destinada ao Centro Infantil e ao ensino profissionalizante. É muito claro o abaixo-assinado que diz: (Lê.)

“Nós abaixo assinados nos dirigimos ao Prefeito Municipal, manifestando a mais veemente contrariedade à iniciativa do Governo Municipal em instalar o albergue para mulheres vítimas de violência no Centro Comunitário do Bairro Ipiranga (CECOBI). Embora haja lei municipal prevendo o albergue, a lei não determina que o local seja o Centro Comunitário, que se constituiu em espaço conquistado pela comunidade, para atividades de recreação, lazer, cultura e educação.”

Ontem houve uma reunião expressiva dos moradores. Levei a sugestão do Presidente desta Casa, pois me pediram que, antes de encaminhar ao Sr. Prefeito o abaixo-assinado, levasse ao conhecimento da Casa. Quero dar ciência ao Ver. Omar Ferri e ao Ver. Leão de Medeiros; já conversei com o Presidente da Casa, que me sugeriu – e a sugestão foi bem aceita pelos moradores – que os moradores usassem a Tribuna Popular, que é um espaço de avanço democrático que conseguimos, a fim de que eles gravem, registrem, a sua contrariedade. As pessoas a serem albergadas são mulheres vítimas de violência e serão colocadas dentro de um Centro Comunitário onde as famílias e crianças fazem sua recreação. Os moradores entendem que isso é um problema de violência, porque os agentes de violência contra essas mulheres estarão colocando em risco aquele grupo social. Eles entendem que um albergue para mulheres vítimas de violência deve ser um local que não seja de recreação e lazer.

Faço este pronunciamento, pois me comprometi com a Associação de Moradores do Bairro, em trazer, à Câmara, o problema, ressaltando que ninguém está contra o Projeto de autoria do Ver. José Valdir. Ninguém está contra a sanção do Sr. Prefeito, que homologou e chancelou. O que a comunidade não deseja é um foco de violência levado àquele bairro. Podem dizer: “não, terá segurança”. Segurança? Segurança para um albergue de mulheres vítimas de violência? São mulheres esfaqueadas, agredidas, vão ser colocadas lá, inclusive com os filhos, pois estes, até uma certa idade, ficam com a mãe. Então, a comunidade não quer a instalação e o governo democrático e governo do povo, pelo povo, para o povo. Eu espero e até digo para o embaixador que a manifestação popular é contra, a não ser que a coordenação do centro esqueça o que é democracia e queira praticar o autoritarismo, empurrando goela abaixo um albergue que é rejeitado pela comunidade.

É esta a comunicação que eu faço e peço ao nobre representante do PT, o único no plenário, que para evitar qualquer mal-entendido, dizer ao Ver. José Valdir que nós apoiamos, tanto que votamos a favor do albergue, só que, desta maneira, a comunidade está contra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa solicita ao Ver. Omar Ferri que assuma a presidência dos trabalhos para que este Vereador possa utilizar a tribuna em Tempo de Presidência.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, amanhã, às 16 horas, estarei representando a Casa numa audiência com o Presidente do Tribunal Eleitoral e gostaria de colocar aos Companheiros-Vereadores as razões que me levam ao Desembargador Gilberto Correa, que é encaminhar a S. Exª uma consulta em tese, consubstanciada no fato de que se algum Município, com base no que preceitua a Constituição Federal e a sua própria Lei Orgânica, entender de realizar consulta plebiscitária, concomitantemente, com as eleições municipais deste ano, se o tribunal aprova tal consulta, tal procedimento e, principalmente, se o TRE fiscaliza esta consulta plebiscitária, e eu justifico aos Srs. Vereadores, primeiro: ainda hoje pela manhã na Rádio Guaíba foi feito pela reportagem do programa Flávio Alcaraz Gomes a chamada pesquisa de flagrante sobre as eleições de 3 de outubro. Eu não tenho certeza, mas não ouvi qualquer resposta, entre as várias pessoas ouvidas, de que tivessem determinado candidato. A impressão que me deu é de que todas as pessoas ouvidas hoje pela manhã na fila da Delegacia Regional do Trabalho mostraram, flagrantemente, que há um desinteresse generalizado para a eleição municipal deste ano. Isso é profundamente preocupante num regime democrático.

Nós, Vereadores, alguns de nós já estamos aqui há mais anos, mas a maioria cumprindo um mandato de quatro anos, nós temos consciência do trabalho que realizamos, e mais do que consciência a importância do trabalho do Vereador de um Município do tamanho de Porto Alegre. Enfrentamos, muitas vezes, lobbies, agressões, o caso da lei do comércio aberto aos domingos é um caso típico em que nós agimos por parte da maioria da Casa, no sentido de dotarmos Porto Alegre com uma legislação moderna que permitisse a agilização do setor comercial aos domingos, dependendo, evidentemente, de um acordo entre as partes. E acabamos acusados, através de um cartaz cafajeste, mal-intencionado, de má-fé, de termos sidos cooptados pelas lideranças do comércio para votarmos a lei. Então, me ocorreu, Ver. Dib que se o Tribunal entender que é possível, que é viável, nós teríamos, independentemente de uma eleição em que o povo iria às urnas obrigatoriamente, porque esse é o regime do País, o sistema eleitoral determina que o voto é obrigatório, não é facultativo, escolher um Prefeito e um Vereador, mas poderia essa mesma população, quase um milhão de eleitores que vai se deslocar no domingo, 3 de outubro, no primeiro turno, ter a oportunidade de opinar também sobre matéria de alta relevância nesta Cidade. Uma delas é consubstanciada num Projeto do Ver. Omar Ferri, ou numa luta que o Vereador vem desenvolvendo há algum tempo para derrubar o muro da Mauá. Existem aí duas questões: uma de ordem política e uma de ordem técnica .

 

O Sr. Omar Ferri: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Considerei muito interessante a menção feita por V. Exª sobre o muro da Mauá. Mas acontece, Sr. Presidente, conforme eu disse esses dias, quando foi homenageado por esta Casa o Rubens Santos, ele passou por aqui, tropeçou, voltou e ficou. Eu tropecei no muro. Há praticamente um ano que este Vereador pediu uma Comissão Especial para estudar da convivência ou não de se manter de pé. Até o presente momento a Comissão não foi instalada. Então aproveito esta “deixa” de V. Exª para solicitar o empenho de V. Exª para que realmente se instale na Casa uma Comissão que haverá de estudar os aspectos da importância ou não do muro da Mauá. Muito obrigado.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: V. Exª refere-se há quase um ano, Ver. Omar Ferri. Indiscutivelmente não é matéria que tenha passado por esse Presidente nesta gestão de 1992. Parece-me que, a essa altura, deve ter sido despachada pelo Presidente anterior e cabe às Lideranças das Bancadas indicar os integrantes desta Comissão, provavelmente.

 

O Sr. Omar Ferri: Pelo Regimento Interno, por enquanto há três Comissões.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: De qualquer forma, acho interessante a iniciativa de V. Exª, mas como se comporta o  povo de Porto Alegre com relação ao muro da Mauá? Uma consulta plebiscitária poderia orientar a Câmara Municipal, que o povo majoritariamente entende que aquilo ali é uma aberração, é um equívoco, é um erro, é um borrão, na geografia central de Porto Alegre. Mas, naturalmente que precisaríamos ter a parte técnica, a orientação de quem construiu o muro, porque foi construído, evidentemente como uma obra contra cheias. De lá pra cá, quais as alterações que ocorrem no Estuário do Guaíba? Haverá ainda a possibilidade de repetir-se em Porto Alegre a enchente de 1941? Caso em que o muro seria talvez fundamental para evitar inundação do Centro da Cidade, ou não?

Uma outra questão, Ver. Dib, diz respeito a um Projeto do Ver. Nereu D’Ávila. O Vereador entende que, através de um Projeto de Lei, alterar a denominação da Rua dos Andradas para Rua da Praia. E anda bem o Vereador Nereu, nenhum porto-alegrense sai de Casa e diz: “eu vou lá nas Ruas dos Andradas”. Qualquer porto-alegrense sai de Casa e diz: “eu vou lá na Rua da Praia, eu encontrei o fulano na Rua da Praia, a loja tal fica na Rua da Praia”. Então, deveríamos ouvir a população, se a população de Porto Alegre, não apenas os comerciantes que tem endereço fixo na Rua dos Andradas, se a população de Porto Alegre quer o retorno da sua principal e mais famosa artéria ao seu nome original: Rua da Praia.

Uma outra questão é exatamente a questão do comércio aos domingos. Nós decidimos, a maioria dos Vereadores decidiu que o comércio pode abrir aos domingos, dependendo de um acordo entre empregados e empregadores. Mas será a população da Cidade, por sua imensa maioria, ou por maioria, deseja o comércio aberto aos domingos, ou quem sabe não?

Por derradeiro, há uma outra questão em discussão e debate nesta Cidade há algum tempo, que é a questão de cercamento do Parque da Redenção, ou Parque Farroupilha. Há uma dúvida, uma luta entre os moradores do Bom Fim, a Associação do Parque Farroupilha, os freqüentadores do Parque, o Movimento Verde, o Movimento Ecológico, Brique da Redenção, enfim, há uma série de debates em torno dessa matéria. Mas qual é o pensamento majoritário da Cidade de Porto Alegre? Cercar o Parque da Redenção seria, efetivamente, uma medida civilizada, moderna, de segurança? Seria imitar os grandes parques das grandes capitais européias? Ou seria um ato de atraso, de dilacerar um espaço que é de todos? Eu acho que o povo tem que ser ouvido, Ver. Dib, e eu gostaria de ouvir V. Exª, como representante do povo.

 

O Sr. João Dib: Sr. Presidente, eu pergunto se V. Exª vai à presença do Desembargador Niederauer em seu nome próprio ou em nome da Casa?

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Vereador, eu faço uma consulta em nome da Casa, como Presidente da Câmara Municipal de Vereadores, uma consulta em tese. No momento em que o Tribunal responder ao Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre se é possível realizar esse plebiscito, concomitantemente, com a eleição de 3 de outubro, e que o Tribunal assume a responsabilidade de fiscalizar o plebiscito, eu trarei a resposta à Casa, porque, evidentemente, um Vereador sozinho não faz esse trabalho. Esse terá de ser um trabalho do conjunto de Vereadores, para organizarmos não só um projeto de toda Casa que regulamente a questão plebiscitária junto à nossa Lei Orgânica, como também definir quais as questões que seriam colocadas nesse plebiscito.

 

O Sr. João Dib: Eu entendo que V. Exª excede a sua autoridade. Eu acho que V. Exª deveria ter consultado a Casa sobre se ela quer fazer plebiscito, porque, evidentemente, é uma matéria muito controversa, dificuldades hão de surgir em relação ao número de perguntas e, talvez, em vez de trazermos eleitores para o plebiscito, mais irritados eles vão ficar. Eu acho que é um assunto que deveria ser debatido pela Casa; deveria ser uma posição da Casa e não do Presidente, com todo respeito que V. Exª  me merece.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Também, com todo  respeito a V. Exª, V. Exª não vai me ensinar o caminho dos meus posicionamentos. A esta altura da minha vida, não. Os meus posicionamentos, eu vou sempre assumi-los e por eles responder.

 

O Sr. João Dib: Eu não pretendia ensinar-lhe e nem teria condições de fazê-lo.

 

O Sr. Gert Schinke: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço a V. Exª por me ceder o aparte e quero discordar da opinião do Ver. João Dib. Eu acho que V. Exª tem todo o direito, assim como qualquer Vereador desta Casa, de fazer essa consulta ao Presidente do TRE. Então, não entendo a razão da manifestação do Ver. João Dib, se é em caráter de manifestação da Casa ou se é de seu próprio caráter. Muito obrigado.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Agradeço a V. Exª, Ver. Gert Schinke. A consulta, como eu disse no início, é feita em tese. Eu não vou chegar para o Presidente do TRE e dizer: “Porto Alegre quer realizar uma consulta plebiscitária porque o Vereador deseja”. Não, é uma consulta em tese, para saber se o Tribunal admite, em qualquer Município. No caso, é o TRE do Rio Grande do Sul. Mas que poderá ser uma matéria que tenha, depois, repercussão de nível nacional. Hoje mesmo, pela manhã, o Ver. Omar Ferri recebeu um telefonema da Cidade de Ijuí. O pessoal da Rádio Progresso queria fazer uma matéria para saber se Ijuí também pode fazer uma consulta plebiscitária. Se o Tribunal disser que sim, muitos Municípios poderão resolver questões como o caso da duplicação da Riocell, o Município de Guaíba poderá ser ouvido sobre esta questão. O povo de Guaíba. Também poderá ser ouvida a questão da Chuva Ácida de Candiota, quem sabe a privatização da Copesul pode ser alvo de consulta plebiscitária do Município sede de Triunfo. A questão das barragens, a questão de construção de curtumes, de construção de pontes, questão de estatização ou privatização de órgãos públicos.

Então me parece que a consulta, em tese, serviria a toda a Câmara Municipal de Porto Alegre. Estou apenas comunicando aos Srs. Vereadores o que vou fazer amanhã, um encontro com o Presidente-Desembargador do TRE e, posteriormente, quando tiver a resposta do Tribunal, entrego à decisão da Casa sobre o que faremos. Agora, continuo achando que nós vamos encontrar uma fórmula, talvez, Ver. Dib de tirar de casa o desencantado eleitor brasileiro, que hoje nem sequer quer sair para votar. Talvez, se tiver condições de sair para votar pelo menos uma consulta plebiscitária e decidir questão do maior interesse para ele e para a sua cidade, possa aproveitar e também votar para Prefeito e para Vereador. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dilamar Machado): Em Comunicação de Liderança, tem a palavra o Ver. Leão de Madeiros.

 

O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, lamentavelmente, como sempre, o PT está reunido de novo, quando deveria estar aqui participando dos trabalhos legislativos. Mais uma reunião que certamente não leva a nada. Gostaria que estivessem presentes para ouvir a opinião do PDS. Domingo passado tivemos o início oficial da Campanha Eleitoral para a Prefeitura deste ano. PDT e PT, em pré-convenções, lançaram oficialmente seus candidatos. E começou mal a campanha. Tão mal que já hoje são assinaladas as manifestações dos dois candidatos nos editoriais dos jornais que alertam que esse início não foi bom. Se já não bastasse um candidato dizer que quer o fígado do outro, ouviu o retorno do mesmo diapasão, no mesmo nível. Isso não soma nada para a democracia nesse início de campanha eleitoral. Mas não começou mal também o candidato do PDT, quando escolheu como tema central da sua estratégia eleitoral, trazer aos eleitores a violência, a ganância fiscal da atual administração petista, na Prefeitura Municipal, tendo como cavalo-de-batalha a violência da cobrança do IPTU.

É lamentável que o Deputado Carlos Araújo, candidato do PDT, que nesta Casa tem 14 Vereadores, não esteja suficientemente esclarecido da verdade, da sanha fiscal a respeito deste imposto que o PT investiu contra a classe média desta Cidade.

É preciso que os porta-vozes do PDT dessa Casa relembrem do candidato do PDT, Carlos Araújo, que esta Casa foi cenário de triste página no apagar do ano de 1991, quando se discutia este imposto para viger em 1992. É bom reavivar os ouvidos de S. Exª, o Dep. Carlos Araújo, de que se esta ganância fiscal existe hoje, sangrando o bolso da comunidade, da classe média, deu-se única e exclusivamente através de uma manobra traiçoeira do Partido dos Trabalhadores, que não honrou as suas assinaturas num acordo administrativo para administração da Casa, com honradas exceções, trocando a administração da Casa nesse último ano de gestão, nesse período legislativo. E o PDT, de forma casuísta e personalista, deixou de lado os grandes interesses da classe média dessa Cidade, que é contribuinte do IPTU, para se atrelar à traição que o PT consumou na noite de 27 de dezembro. Trocaram seus pontos de vista já encaminhados desta tribuna, a favor desse Projeto de minha autoria que visava, - é bom não esquecer -  limitar o aumento do IPTU aos índices inflacionários pela gestão da Casa neste último ano.

Lembro bem - e todos os Srs. Vereadores recordam - que este Projeto só entrou na Ordem do Dia daquela convocação especial a pedido do “esquecido” Ver. Nereu D’Ávila, Líder do PDT, a fim de que este Projeto fosse votado com intenção de aprová-lo. Inclusive, desta tribuna, o Ver. Elói Guimarães, respeitado Vereador desta Cidade, chegou a discutir favoravelmente ao Projeto. Os Anais registram e a história não há de ser esquecida. O PT rasgou os compromissos assumidos. Não honrou os fios do bigode, e se submeteu ao jogo político do PDT. Essa é a verdade que o Deputado Carlos Araújo precisa saber e trazer a público. O PDS, autor do Projeto, não o retirou, embora o tivesse tentado, mas foi impossibilitado por manobras do Plenário, onde foi rasgado o Regimento Interno desta Casa por seis vezes. Há que se ressalvar, Sr. Presidente, a restrição de dois honrados Vereadores da Bancada do PDT, que a bem de verdade, precisam ser sempre enaltecidos, os Vereadores Isaac Ainhorn e Omar Ferri.

Por isso é preciso que fique registrado, neste início de campanha, que o IPTU, Dep. Carlos Araújo, se existe e é uma sangria no bolso do contribuinte, deve ser debitado só a dois partidos: o PT traiçoeiro, e o PDT conivente com o corporativismo e o casuísmo. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Gert Schinke.

 

O SR. GERT SCHINKE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, companheiras e companheiros municipários da PROCEMPA, dirigentes sindicais que estão aqui nos assistindo na tarde de hoje. Na verdade, eu pretendia desenvolver nesta manifestação de Liderança em outro tema, mas de imediato surpreendido com a visita dos companheiros à Câmara Municipal na tarde de hoje, que me dirigir a eles e me pronunciar a respeito da iniciativa que os traz aqui.

Trata-se, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, de uma mobilização dos trabalhadores municipários da PROCEMPA em torno de melhores salários, de melhores condições de trabalho. Então esses companheiros, desenvolvendo uma greve já de 9 dias, enfrentam agora um impasse em torno do pagamento dos dias parados dessa greve, que estão ainda realizando. E não chegaram a um acordo com a direção da PROCEMPA. Há, do meu ponto de vista, uma certa intransigência por parte da direção da PROCEMPA, na medida em que no ano passado, pelo que me foi informado, houve um acordo nesse sentido. Houve um acordo no sentido do pagamento justo dos dias parados da greve que realizaram, e esse ano surpreendentemente não quer a direção da PROCEMPA aceitar o pagamento desses dias, conforme o que está sendo requerido pela direção do SINDICPD e pela direção dos companheiros mobilizados da PROCEMPA.

Quero manifestar desta tribuna a minha total solidariedade ao movimento desses companheiros que aqui nos assistem na tarde de hoje e endossar, de imediato, a iniciativa que será logo mais requerida pelo Ver. Vieira da Cunha, no sentido de que esta Câmara estabeleça uma Comissão Representativa e chegar a um bom termo de preferência, obviamente se depender do meu empenho a favor da demanda dos companheiros trabalhadores. Por outro lado, senhoras e senhores, neste resto de tempo que me resta, nesse pronunciamento de Liderança, quero expressar a posição do Partido Verde sobre uma questão que está quase que cotidianamente nos jornais, é ponto de pauta da agenda desses dias, e um assunto que suscita uma grande polêmica, especialmente aqui, no Estado do Rio Grande do Sul, suscitou, ao longo dos últimos anos, uma grande polêmica. Trata-se da questão da caça. O movimento ecológico, nesse sentido, aqui no Rio Grande do Sul, tinha posições diferenciadas. Eu, particularmente, apoiava a tese de se permitir a caça controlada no Estado do Rio Grande do Sul, na medida em que existia por parte da Fundação Zoobotânica um monitoramento às espécies aqui do Estado, que permitia estabelecermos certos critérios que possibilitavam o abate de determinado número em cada uma dessas espécies passíveis de caça.

Esta posição, da minha parte, mudou na medida em que, em fevereiro, a Fundação Zoobotânica não reafirmou um convênio que existia com o IBAMA, num sentido de um controle e do monitoramento das espécies sujeitas à caça aqui no Estado do Rio Grande do Sul. Uma vez não renovado... Perfeito, me ajuda o Ver. Ervino Besson, num aparte anti-regimental, dizendo que o órgão não tem mais condições de controlar, mas aceito por este Vereador, em função destas novas circunstâncias, a minha posição pessoal, em função deste assunto, mudou sim, no sentido de hoje me colocar contra à liberação da caça no Estado do Rio Grande do Sul e endossar também a posição nacional dos ecologistas que lutam contra à caça em território nacional. Esta também é a posição do Partido Verde, não só a nível nacional como aqui no Estado do Rio Grande do Sul. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, a Mesa saúda a presença, entre nós, dos companheiros, trabalhadores da PROCEMPA, e comunica que o Prefeito Olívio Dutra havia solicitado o horário das 16h30min para visitar a Câmara Municipal para a entrega das contas do exercício de 1991 e, hoje, solicitou, através de sua assessoria, a transferência de sua visita para amanhã, às 13h30min, porque o Partido está realizando, hoje, um seminário. Será na Sala da Presidência, Ver Dib. Por outro lado, a Mesa informa aos companheiros do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados do Rio Grande do Sul que deferiu espaço amanhã, às 14h15min, na Tribuna Popular para utilização de 10 minutos a fim de colocar a posição da categoria com relação ao atual impasse por luta de melhores salários. Ver. Vieira.

 

O SR. VIEIRA DA CUNHA: Sr. Presidente, conforme o Ver. Gert Schinke já adiantou da tribuna, e alguns contatos que já tive oportunidade de fazer com algumas lideranças de bancadas, e atendendo a uma reivindicação dos companheiros trabalhadores da PROCEMPA, estou formalizando a V. Exª, através de um Requerimento, um pedido para que, imediatamente, esta Casa forme uma Comissão Externa de Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre, se possível com representação de cada uma das bancadas com assento na Câmara, a fim de que nós possamos contribuir no sentido de uma solução para este conflito entre a direção e os trabalhadores da PROCEMPA. Eu estou formalizando a V. Exª esse Requerimento, neste momento, e solicito a compreensão e o apoio de cada uma das lideranças de bancada, no sentido de que nós possamos, se possível ainda hoje, tentarmos intermediar e buscar uma solução para o conflito estabelecido na PROCEMPA. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Vieira da Cunha, por força do que determina a Lei Orgânica, o Regimento Interno da Câmara, a Mesa defere o Requerimento de V. Exª e orienta as respectivas bancadas para que indiquem os integrantes dessa Comissão Especial face à urgência da atividade requerida. A Mesa comunica que, embora estivesse marcado para amanhã, houve uma alteração de datas na vinda do Secretário Municipal dos Transportes, Dr. Diógenes de Oliveira, para prestar esclarecimentos à Casa.

Hoje, às 20 horas, haverá Sessão Solene, neste Plenário, dedicada a homenagear os maiores destaques do carnaval de rua de 1992.

Após o pronunciamento de Liderança do Ver. Nereu D’Ávila, entraremos no período de Comunicações, hoje, destinado a homenagear o Programa Ciranda da Cidade, da Rádio Bandeirantes, a Requerimento do Ver. Vicente Dutra.

Com a palavra, o Ver. Nereu D’Ávila, em Comunicação de Liderança.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero dizer, em nome da Bancada do PDT, da importância que nós damos à reivindicação trazida por vocês e aos seus anseios, lá na PROCEMPA. O Ver. Vieira da Cunha, por minha autorização, requereu, e também com a participação do Presidente Dilamar, que também é do PDT, a Comissão Especial para tentar, com o restante das bancadas, a intermediação da greve que vocês estão empenhados. De modo que o Ver. Alvarenga também se tem empenhado. Não é uma questão partidária, mas é uma questão de justiça, e que o PDT, com seus 14 Vereadores na Câmara, evidentemente não ficaria impermeável. Na Comissão, o PDT tem direito a 3 Vereadores. E a Bancada do PDS, também, através do seu Líder, já esteve falando com V. Sas, de modo que está assegurada a urgência e a participação da Câmara em favor de um bom termo da greve justa que vocês estão, neste momento, empenhados. É sobre isto que eu queria tranqüilizá-los, e para que vocês, visitando o Parlamento da Cidade, não ficassem com a impressão de que não estamos empenhados. Absolutamente, estamos todos empenhados numa boa solução. (Palmas.)

O segundo assunto, a pedido de alguns Vereadores, quero desta tribuna, nada em relação aos ilustres colegas que foram aquinhoados com uma votação de jornalistas, que não se sabe quais, de um jornal nanico, que já não é a primeira vez que eu tenho problemas com este jornal, em que açodadamente, antieticamente, e ilegalmente, porque as pesquisas, hoje, não estão ao sabor de quem quer que seja, mas tem que haver registro na Justiça Eleitoral, e inclusive que tipo de perguntas foram feitas, e não ao sabor de quem se sabe que interesses tem, e se colocam seis ou sete fotos grandes de ilustres Vereadores, mas em prejuízo eleitoral dos demais vinte e tantos Vereadores. De modo que isto foi uma impropriedade, um desrespeito, e seja jornal, não-jornal, vivemos numa democracia, e protestamos veemente em nome da decência em todos os assuntos pertinentes, que inclusive, jogam com o futuro político de ilustres representantes do povo, que trabalham e serão julgados pelo povo, e não por meia dúzia de jornalistas que não se identificaram. Nada contra os ilustres colegas que foram apontados, mas os demais estão, com justa causa, irados, pela forma com que isto está sendo conduzido. Porque é evidente que, distribuído este jornaleco a inúmeras repartições, e sei lá aonde, o povo já está começando a ser induzido; induzido, sim, por uma pesquisa ilegal, mal feita e antiética, querendo inclusive, jogar Vereadores contra Vereador. Estou falando também em nome do Partido Liberal, do Partido Verde, que, evidentemente, sabem que os colegas ali apontados estão, efetivamente, reeleitos. Não se trata aqui de saber quem está, quem não está, se trata da maneira, como, no Brasil, as coisas são feitas, são colocadas goela abaixo do povo e induzidos sublinearmente, e aí o povo pensa tenho que votar num destes, porque os demais não têm chance. Isto é antiético, no mínimo.

Eu quero dizer que estou falando em nome do meu partido, PDT, do PL, do PV e de outras lideranças desta Casa, porque há uma evidente tentativa de condução de opinião pública, através do jornal. Nós temos que alertar para mostrar que não temos medo de imprensa ou de outra coisa, quando temos a consciência tranqüila, porque todos nós trabalhamos, temos as nossas deficiências como todos os seres humanos; dentro desta Casa trabalhamos na representação de seu povo, em função da sua representatividade do povo de Porto Alegre, e não merecemos que alguns, embora eminentes Vereadores, embora, com toda a certeza, serão reeleitos. Não se trata de saber, no momento, de indução mal feita de opinião pública. Temos de prestar a atenção a essas pesquisas: de onde saíram? Têm que ser feitas em consonância com a Lei, com o TRE, qual tipo de pergunta e qual o sentimento do jornal. Afinal, é para levar aqueles ali a serem votados, ou são mais Vereadores do que os demais?

Ficam a nossa repulsa, a nossa ira e a nossa flagrante não-concordância com atos dessa natureza. Temos que aprender a ser altivos. Em nome de democracia representativa que estamos vivendo, e queremos que ela permaneça no País, protestamos veemente contra o jornal Krônika, que aponta alguns em detrimento dos demais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nossos amigos trabalhadores da PROCEMPA, nós, pela Liderança do PTB, somos em dois Vereadores na Casa, já nos manifestamos amplamente favoráveis à Comissão Especial que está sendo formada, de acordo com o Requerimento do Ver. Vieira da Cunha. Vamos integrar a Comissão e esperamos que, dessa vez, tenhamos êxito, mais força do que tivemos quando as lideranças da Casa tentaram uma audiência com o Sr. Prefeito, na ocasião dos últimos aumentos salariais, quando todas as lideranças desta Casa tentaram uma audiência com o Sr. Prefeito Municipal, num dos últimos aumentos salariais e todas as lideranças reunidas não conseguiram se avistar com o Chefe do Executivo. O que está acontecendo com os senhores agora, este desrespeito nas negociações, esta retirada de uma hora para a outra da proposta que estava sendo colocada para análise de todos os senhores, toda esta truculência, toda a opressão, através da fome, dos maus tratos, através das ameaças que existem. Tudo isso os funcionários municipais passaram aqui, nesta Casa, e tudo isso obrigou que, no mês de julho, nós, neste Plenário, votássemos às pressas a modificação de uma Lei, a fim de que os funcionários públicos municipais não sofressem mais ainda, na carne, do que já estavam sofrendo. Então, vamos participar desta Comissão Especial, mas vamos esperar que haja mais sensibilidade por parte dos dirigentes da PROCEMPA, do que houve, naquela época, por parte dos homens que dirigem os destinos desta Cidade, através da Prefeitura Municipal. Acredito que, quem sabe juntos, possamos nos avistar com a direção da PROCEMPA e, quem sabe juntos, consigamos novamente reativar as propostas e, talvez até, melhorar aquelas propostas. Afinal de contas, com toda crise que existe por aí, está ficando impossível sobreviver com os salários cada vez mais minguados que recebem os funcionários, e tenho certeza que também os senhores da PROCEMPA.

Com relação à pesquisa que saiu no jornal Krônica, eu não fui dos mais votados, mas fui votado também, mas quero dizer que na última eleição, quando fomos reeleitos nesta Casa para ocuparmos mais uma cadeira por mais uma legislatura nesta Casa, tenho certeza que nenhum daqueles que faziam projeções, com relação à Câmara de Vereadores, dificilmente algum especialista acertou a nominata dos Vereadores eleitos para esta Legislatura. Porque daqueles 33 Vereadores da Legislatura de 1982, apenas 8 voltaram para esta Legislatura, que começou em 1988. Eu tenho certeza que, dificilmente, alguém poderia prever, por exemplo, Ver. Nereu D’Ávila, que o Ver. Cleom Guatimozim – que é meu amigo e eu sinto que ele não esteja aqui nesta Casa - não fosse reeleito e outros tantos Vereadores, como o Ver. Hermes Dutra, que foi um Vereador trabalhador, integrante do PDS e muito trabalhador e que, de repente, não foi reeleito. Então, uma eleição, realmente, é uma coisa muito difícil. Eu cumprimento àqueles Vereadores que receberam uma pontuação alta através do Jornal Krônica, mas eu lamento o modo como essa pesquisa foi realizada, porque não teve nenhum tipo de critério, inclusive, eu não vejo nem a relação dos meus amigos jornalistas que votaram, parece que alguém escolheu uma relação de nomes e colocou ali. E eu estou ali, nesta relação, também. Mas lamento a forma de como foi feita esta pesquisa, porque acaba desmoralizando, acaba numa tentativa de desmoralizar alguns Vereadores que ocupam honradamente as suas cadeiras aqui nesta Casa. É lamentável que os nossos companheiros jornalistas trabalhem desse modo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Omar Ferri): Com a palavra, o Ver. Airto Ferronato.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, procurarei ser o mais breve possível. Em primeiro lugar, para trazer a nossa solidariedade, em nome do Partido, aos funcionários da PROCEMPA. Dizendo, como funcionário público que sou e acompanhando os fatos que se desenvolvem neste País, nós alcançamos um momento onde a opinião pública tem na sua mente que nós, funcionários públicos, somos a causa do problema nacional. Isto na verdade é uma tentativa de se esconder equívocos sobre equívocos que acontecem e que são desenvolvidos não pelos funcionários, mas muito mais pelos políticos mais pela sociedade em geral. Isso é interessante que se coloque. Nós, funcionários, precisamos organização e uma constante luta, em primeiro lugar, para conquistar aqueles espaços e aqueles níveis de vencimentos que nós tínhamos há tempos atrás. E mais, nós temos também uma luta necessária e positiva em termos de mostrar a nossa sociedade qual é a verdadeira situação em que se encontra o servidor público a nível estadual, a nível federal e a nível municipal. E sabermos também, nós que temos as nossas responsabilidades, que trabalhamos pelo serviço público. Quando aí fora nos dizem que o servidor público consome “x” por cento da renda do Município. Ora, o Estado ou a União, os entes públicos, prestam serviço e prestam serviço com base no servidor público. Nunca ouvi falar, em nenhum lugar do mundo, que se preste serviço sem servidor. Portanto, precisamos é obter o reconhecimento da sociedade e modificar essa visão que se tem do servidor público.

Nós estamos ao lado do servidor público sempre!

Com relação ao assunto “Krônica”, é um fiasco tão grande que me recuso a tecer maiores informações. Dizer que é jornalista da Casa, ora, jornalista da Casa não tem o direito de colocar posição pessoal. Seis, dez, doze pessoas vão dar a tendência do eleitorado?! Eu, particularmente, como falaram o Ver. Luiz Braz e o Ver. Nereu D’Ávila, não estou muito preocupado com a pesquisa, porque, em 1988, alguém viu o Airto Ferronato como um dos eleitos? Mas a gente viu alguns fazendo pose. No entanto, fizeram pose e não foram eleitos. Nós precisamos ser reconhecidos pelo serviço prestado à sociedade e não por notícias tendenciosas, altamente complicadoras, que mostram à opinião pública alguma coisa que não é a realidade.

Quero também aproveitar esta oportunidade para cumprimentar os nossos colegas Vereadores que estão destacados nesse jornal. Mas, em 3 de outubro, as coisas vão ficar exatamente conforme a opinião pública quer e não conforme três, quatro jornalistas dizem que é. Não são aqueles que escrevem que vão dizer quem é quem, é a população organizada que vai julgar o trabalho prestado à sociedade, pelo trabalho sério, pela competência e dignidade daqueles todos que aqui estão. Isso vai ser feito na hora certa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dilamar Machado): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O período das Comunicações, no dia de hoje, é dedicado a homenagear o programa Ciranda da Cidade, a Requerimento do Ver. Vicente Dutra, a quem solicitamos que conduza à Mesa os homenageados: Companheiro Paulo Solano e Roberto Veiga, ambos apresentadores da direção de Programação da Rádio Bandeirantes de Porto Alegre. Particularmente quero saudar os companheiros Solano e Veiga e os demais integrantes da Rádio Bandeirantes aqui presentes. E antes de passar a palavra ao Ver. Vicente Dutra, autor do Requerimento, lembrar que na minha vida profissional de radialista eu tive a honra não só de ser apresentador da então Rádio Difusora, hoje Bandeirantes, mas também ser o Diretor de Programação, o que me causou uma grande alegria na vida profissional, foram anos de intensa realização. E o programa Ciranda da Cidade, é hoje, sem sombra de dúvida, um espaço magnífico na Rádio de Porto Alegre, que abre diariamente seus microfones não só para ouvir opiniões, mas para permitir que o povo de Porto Alegre, por telefone ou pessoalmente, se manifeste através dos seus representantes. Portanto, o nosso abraço nossa homenagem aos colegas radialistas.

Concedemos a palavra ao Ver. Vicente Dutra, para, da tribuna da Câmara, prestar a homenagem que requereu ao Programa Ciranda da Cidade.

 

O SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Dilamar Machado, Exmo Sr. Gerente de Jornalismo da TV e Rádio Bandeirantes, Jornalista Paulo Solano, Exmo Sr. apresentador do Programa da Ciranda da Cidade, Jornalista Roberto Veiga, ilustre Jornalista Jairo Jorge que faz a transmissão ao vivo desse Programa hoje, abrilhantando a Sessão dessa Casa, demais integrantes da equipe técnica da Rádio Bandeirantes, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras.

O Programa Ciranda da Cidade, que foi ao ar pela primeira vez e no dia 10 de outubro de 1984, já pelo Sistema Bandeirantes de Rádio, esteve no ar até abril de 1987, quando saiu do ar para retornar em 14 de abril de 1989, exatamente hoje, estamos completando, aniversário, três anos da reabertura desse extraordinário programa. Nesse período esteve sob o comando do grande amigo, dinâmico Jornalista e Radialista Roberto Veiga. Em 1990, passou a ser apresentado por dois radialistas: o mesmo Roberto Veiga e o Vildinei Herbestrich. Em janeiro de 1992, o programa passa a ser comandado pelo Jornalista Jairo Jorge da Silva. Eis aqui, Sr. Vereador, ilustres integrantes da nossa platéia, um resumo da nossa trajetória desse magnífico programa que é, sem dúvida, um programa que marca a sua presença no rádio e jornalismo gaúcho, em especial, na Cidade de Porto Alegre. É um programa que permanentemente está aberto aos interesses da comunidade, é um programa que tem a sensibilidade de captar o assunto do momento, o assunto que está sendo discutido e que é de interesse da comunidade. Então, aquele ouvinte que está em casa ou está no seu trabalho ou dirigindo o seu veículo, ele tem a oportunidade de acompanhar os grandes debates que se tratavam não só em nível do interesse da Cidade, mas em nível do interesse do Rio Grande do Sul, do Brasil e até mesmo de interesse internacional. É, realmente, um exemplar programa, porque se outras emissoras oferecem espaços – e existem outros programas que oferecem espaços aos políticos do Rio Grande do Sul – nós temos que reconhecer que pelo menos o programa Ciranda da Cidade é permanente. Se cada um de nós participa de um programa de outras emissoras, nós participamos de cinco programas no Ciranda da Cidade. Está sempre aberto e sempre, de uma forma imparcial, procurando conduzir os debates de forma democrática, procurando sempre convidar as opiniões mais diversas, dentro de um determinado assunto, para que ali se coloquem as opiniões sobre determinados temas.

Lembro-me do debate em torno do IPTU, da Lei Orgânica, agora há pouco ainda debatíamos, na semana passada, sobre a participação comunitária nos Conselhos Tutelares. Quantos assuntos interessantes têm sido levados ao ar pela Rádio Bandeirantes, através da Ciranda da Cidade. Assim, não vou me alongar mais, meu caro Solano, porque outros Vereadores também irão falar. Eu falo hoje em nome do meu Partido e também em nome do Partido Verde, designado pelo Ver. Gert. Schinke, e falo também em nome do Partido Liberal, designado pelo Ver. Wilson Santos, que há poucos minutos estava aqui, mas em face de um compromisso inadiável, em representação desta Casa, não pôde permanecer no Plenário e me pediu que eu falasse também em nome do seu Partido.

É o desejo nosso, meu caro Solano, e caro Roberto, que o Programa Ciranda da Cidade continue sendo o programa que é: aberto à Cidade, honesto. Não mexam em nada, por favor. Ele está perfeito. Continuem abrindo esta oportunidade que muitas vezes nos é negada por grandes órgãos de imprensa no Rio Grande do Sul. Seguidamente, nós, Vereadores, recebemos afronta até de amigos, parentes e eleitores: “O que é que vocês estão fazendo? Não se vê nada no jornal!” Realmente o nosso espaço no jornal é muito reduzido. Portanto, ressalto a importância deste extraordinário espaço de debate que nos é proporcionado pela Rádio Bandeirantes, através do Ciranda da Cidade. Não mexam em nada, é a minha modesta contribuição. Está perfeito o programa.

Meus cumprimentos, e que nós possamos a cada ano, é a sugestão que faço, Sr. Presidente, no dia 14 de abril, continuar a homenagear o Ciranda da Cidade, seus radialistas, seus produtores, porque estaremos homenageando, na verdade, a Cidade, e sobretudo a verdade. Muito obrigado e parabéns a vocês. (Palmas.)

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dilamar Machado): Usará da tribuna, pelo PDT, o seu Líder, Ver. Nereu D’Ávila.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente da Câmara Municipal. Ilmo Sr. Gerente de Jornalismo da Rádio Bandeirantes, Jornalista Paulo Solano. Ilmo Sr. ex-apresentador do Programa Ciranda da Cidade, Jornalista Roberto Veiga. Ilustre Jornalista Jairo Jorge que faz hoje a transmissão ao vivo, aqui da Câmara Municipal.

Pois, Paulo Solano, Veiga e Jairo, há poucos instantes nós reclamávamos da tribuna contra um tipo de jornalismo que não nos convém, e agora, minutos depois temos o prazer de elogiar o jornalismo que convém. Não é que convenha aos nossos interesses, não. É um jornalismo que convém à sociedade organizada no seu respiradouro que é a imprensa. Porque, exatamente, o verdadeiro espelho da sociedade chama-se imprensa. Nada é melhor numa democracia autêntica do que uma imprensa autêntica.

Creio que ainda sofremos alguns cacoetes de autoritarismo onde se forçavam imagens, se forçavam criações de marketing e de mídia para endeusar personalidades, em qualquer nível, seja federal, estadual ou municipal. E isto não foi bom para o País. E agora o verdadeiro jornalismo está consubstanciado nesta homenagem à Rádio Bandeirantes, porque como disse o Ver. Vicente Dutra é uma grande verdade, é que somos cobrados até por pessoas que deveriam estar bem informadas. Mas as pessoas, no seu afã do dia-a-dia, mal têm tempo de passar os olhos pelos jornais e ouvir e ver as imagens pela televisão.

Então, é muito importante a projeção da imagem na televisão e o que os ouvintes ouvem.

E quantos sábados, andando pela Cidade, até antes de sair de Casa, ouço a Bandeirantes onde sempre há debates, principalmente no âmbito municipal. E até notei que a Bancada do PT, que hoje tem problemas, pois já tinha um seminário marcado, até o PT que tinha complexo de inferioridade e paranóia de perseguição, dizia que a Bandeirantes é um canal onde podem expor as “grandes obras da Cidade”.

Mas, de qualquer modo, quero dizer que a Bandeirantes nos seus canais é uma unanimidade democrática, porque lá acolhe sem ver o pelo, idade, partido. Acolhe aqueles que estão lutando, tentando com seus trabalhos modestos, lutando em prol da comunidade. O que não se pode e não se deve é fazer, o que há pouco foi feito, até ao arrepio da lei, é querer forçar uma barra, às vezes, que não espelha a realidade.

Então vocês, amigos da Bandeirantes, porque todos nós aqui nos achamos amigos da Bandeirantes, ela faz um jornalismo de verdade, põe os problemas lá para serem discutidos e dá oportunidade a que todos coloquem o seu ângulo de ver o problema. A Administração Municipal, os Vereadores de oposição, os Vereadores de apoio ao Governo debatem lá na Rádio e a Televisão também, Paulo Solano, volta e mais, naquele horário magnífico das 19 horas, nos projeta. Outro dia, chovia a cântaros e mais cântaros mesmo, até com dificuldade conseguimos chegar lá naquele horário, e a gente tem a impressão de que, por causa da chuva, é uma ilusão completamente desproporcionada da realidade a gente pensa que a imagem não sairá e pelo contrário, aí as pessoas que estão em Casa vêem mais a imagem. E como chega a imagem da Bandeirantes, inclusive lá na minha Cidade em Soledade, ela é muito benquista porque, fora o Canal 12, só ela entra com grande vigor e nitidez lá na Serra de Butocaraí, onde fica a minha Cidade Natal.

De modo que estou chovendo no molhado, já que falei em chuva, em elogiar o sentido altamente democrático da Bandeirantes. Mas a importância do nosso pronunciamento em nome do PDT aqui, hoje, é que vocês que fazem jornalismo, que escoimam as pautas para as entrevistas, vocês estão verdadeiramente prestando um serviço público porque a imensa gama de problemas faz com que a população de certa maneira, se interesse pelos problemas de sua cidade. E o Ciranda da Cidade é exatamente isto, faz com que o ouvinte participe, telefone, ou pelo menos no silêncio do seu carro tenha a sua opinião.

E pense nas soluções que se impõem aqui na nossa Porto Alegre. De modo que o jornalismo da Bandeirantes, sadio, reto, correto, ele honra as tradições da imprensa gaúcha e projeto os representantes, porque nós estamos vivendo uma crise na questão política. Hoje pela manhã, quem ouviu uma pesquisa, e o Ver. Dilamar Machado se referia há pouco, e a gente fica impressionado com a agressividade das pessoas em relação aos políticos. E a gente, por ser político, fica às vezes inibido, de certa maneira constrangido em sair em defesa própria, porque nós sabemos que esta venda de imagem, às vezes da mídia, do mau político - nivelando por baixo -, porque como eu argumento sempre, será possível que eu, por exemplo - vou dizer eu porque não posso falar nesse sentido pelos outros - será que eu, como Vereador, neste momento, aqui trocando a minha cadeira por um consultório de um médico com a minha idade e que tenha uma projeção social no seu tema, seja pediatra, psiquiatra, vou citar um médico pela sua projeção na sociedade, porque todos precisam de médicos, será que somente eu saindo daqui e indo lá para o consultório do médico e ele vindo para cá, eu me transformarei em honesto e ele em desonesto por participar da política? Isso não existe, senhores!  Eu digo para vocês com toda a sinceridade, nós aqui somos o retrato fiel da sociedade. Então, o que o povo deve reflexionar é exatamente isso. Se há maus representantes é porque existem no seio do povo pessoas que nem todas têm um bom nível. Esta é uma verdade absoluta. Mas, pelo amor de Deus, será que em 33 que representam a Cidade de Porto Alegre, sejam não representantes da sociedade que convivem, numa plêiade de partidos diferenciados, ideológica, social, programática? Não é possível. Não é lógico e verdadeiro.

Agora, dizer-se que existem retificações porque maus políticos dão uma imagem equivocada da política? Sim, tem que ser feito; agora o Sr. Antonio Rogério Magri e as suas atitudes não são a expressão do Brasil, não; são a expressão de um cidadão que lamentavelmente não soube comportar-se com a missão que o Presidente lhe havia dado de honrar as tradições dos trabalhadores e o argumento, que eu considero inclusive equivocado e até safado de dizerem que ele é trabalhador, e foi atingido, também não é verdade, porque existem, em outros níveis, o mesmo tipo de erro e corrupção.

Mas, perdoem-me a derivação, os representantes da Ciranda da Cidade, da Rádio Bandeirantes, que hoje aqui representam aquela Rádio e aquela TV. Sem sombra de dúvida, estamos de parabéns, porque temos larga margem de jornalistas, larga representatividade na mídia que fazem, inclusive com grande sacrifício e com grande trabalho, eu sei, fazer um bom jornalismo e que como disse e repito, honram as tradições do nosso querido Estado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa antes de passar a palavra ao próximo orador, gostaria de saudar a presença na Casa do Jornalista Jairo Jorge que neste momento, como um dos apresentadores do Programa Ciranda da Cidade, transmite diretamente deste Plenário para todo o Rio Grande, o País, através dos 50 quilowatts da Rádio Bandeirantes. E, particularmente como radialista mandar um abraço de todos os Vereadores aos colegas da técnica, ao famoso operador, que fica do outro lado do vidrinho, aquele que não fala, mas que é fundamental para o trabalho a ser realizado por uma emissora de rádio.

Com a palavra, o Ver. Airto Ferronato, pelo PMDB, que é também o 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Vereadores.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Ilustres Diretores aqui presentes, Senhoras e Senhores. Estaria destinado este período para que o Ver. Clóvis Brum falasse em nome da Bancada do PMDB, mas aqui estou neste momento dizendo da minha satisfação de trazer o meu registro a respeito deste evento tão importante que é uma homenagem que a Cidade presta à Rádio Bandeirantes, ao Programa Ciranda da Cidade e a sua direção, aos seus produtores, às pessoas que responsavelmente levam ao ar esse programa.

Em primeiro lugar, eu quero registrar, aqui, a minha situação de um Vereador completamente leigo no que diz respeito à atividade de imprensa, e que tem acompanhado o desenvolvimento desse programa e avaliado na sua simplicidade, até por não ser um conhecedor profundo do tema, tenho avaliado, tenho participado e analisado como são os programas que se desenvolvem no meio da nossa Cidade e do nosso Estado. Eu entendo que a democracia, ela precisa e ela depende muito também da imprensa, na medida em que é a imprensa o grande condutor das informações é aquele organismo dentro do contexto social que leva o que ocorre dentro da sociedade e, portanto, é a imprensa que forma, sem nenhuma dúvida, o canal de informação da opinião pública. E através da imprensa que se desenvolvem as ações políticas, as ações partidárias e as ações de partido e as ações até dos políticos. Não desenvolvem no sentido de agir, mas no sentido de formar opiniões com relações a segmentos da sociedade, em especial ao político no meio da sociedade em que vive. Portanto, aí está também para nós como políticos a relevância e a extraordinária importância que têm nos meios de comunicação nessa atividade.

E, mais, eu entendo que nenhum país é a visão da nossa sociedade, nós não fizemos país desenvolvido; nós não teremos povo consciente, gente vivendo dignamente em países, em sociedades não-democráticas. Na nossa visão é da democracia que nasce o desenvolvimento dos povos e, portanto, aí está a extraordinária importância dos meios de comunicação. Através de uma comunicação séria, correta, criticando, debatendo, também, mas também, mostrando o lado positivo da política, dos políticos e dos cidadãos é que nós formaremos uma conscientização política da nossa sociedade. E o País não sairá dessa crise em que se encontra enquanto nós tivermos uma população que na sua esmagadora maioria entende que político nenhum presta, que a sociedade está errada, que não precisa de políticos, que nós precisamos única e exclusivamente de um ou dois plantonistas tomando conta de recado. Nós precisamos de um debate interno político para buscar as soluções da sociedade.

Então, se a democracia depende da imprensa, eu diria que a democracia precisa de programas como é o Programa Ciranda da Cidade, da qual eu tenho participado e tenho ouvido com atenção. O que ocorre com esse tipo de programa? É um programa que tem a sua opinião, dá a sua opinião, dá a sua posição, ouve as partes e a partir desta participação democrática é que nós formamos efetivamente a opinião pública, no que ela deve ser. Sei de apresentadores que têm uma posição, diz aquela posição para os quatro ventos e não admite contra-argumentos. Isto é anti-democrático e não precisamos deste tipo de programa. Este tipo de programa prejudica em muito não o político, mas o País. Nós precisamos de programas abertos à sociedade, que tenha a sua visão, que exponha a sua visão e que ouça as visões também em oposição, para, com isso, formar uma posição e uma visão mais real de toda a Cidade. Quero deixar registrada a importância que têm programas deste nível. E vejam que quero registrar que não sou um conhecedor da área da imprensa, mas eu acredito, com toda a clareza, que todo o programa de imprensa tem que ter a possibilidade de que se possa ouvir ambos os lados do problema. E nos debates, através desse tipo de proposta é que nós conseguimos divulgar o que realmente pensa e o que realmente está e onde está envolvida a nossa Cidade.

Quero deixar aqui os meus parabéns à Rádio Bandeirantes, a sua direção, aos seus produtores, ao pessoal que atua, como disse o nosso Presidente, atrás, para que se possa levar este programa a nossa comunidade, da forma como vem sendo levado. Porto Alegre está de parabéns pelo programa Ciranda da Cidade e precisa de mais programas nestes termos para que se possa, com isso, debater os  problemas da nossa Porto Alegre. Obrigado e um abraço a todos, em especial ao Jairo Jorge, que está aqui presente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em nome do PTB, fala o Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente da Câmara Municipal, Ver. Dilamar Machado, meu amigo jornalista a quem eu muito respeito pelo trabalho já prestado dentro do Rio Grande do Sul, não apenas no jornalismo, mas também na sua função pública, pois jornalista é também uma função pública; Jornalista Paulo Solano, meu colega jornalista que tive o grande prazer de estar ao seu lado também na apresentação deste mesmo programa Ciranda da Cidade, por um espaço muito pequeno, lembro, mas tive o orgulho de fazer parte da história deste programa. Meu amigo Roberto Veiga, quero dizer que através do programa Ciranda da Cidade estamos homenageando, na verdade, a Rádio Bandeirantes, todos os integrantes da Rádio Bandeirantes, porque não poderíamos deixar de fazer com que esta homenagem também atingisse esta figura notável de apresentador-jornalista, meu amigo Paulo Solano, que na manhãs da Rádio Bandeirantes apresenta lá o seu “Paralelo Trinta”, ou então outros jornalistas que militam ali na Rádio Bandeirantes e que fazem que aquela seqüência de programação da Rádio Bandeirantes possa obter a grande audiência que tem o programa Ciranda da Cidade. Realmente, é alguma coisa que não pode ser desligada uma da outra, fazem parte, porque afinal de contas é uma grande equipe de jornalistas trabalhando numa emissora. Lembro-me que muitas vezes a Rádio Bandeirantes trocou a sua programação, buscando o público mais popular, outra hora mudando, completamente, o seu estilo, tentando buscar, dentro do jornalista uma linha a ser seguida. Mas nos últimos tempos, agente está notando isso que a equipe de jornalismo da Rádio Bandeirantes conseguiu provar para a direção e para o público também que esta é linha correta a ser seguida pela Bandeirantes. Mas há muito tempo notamos que esta linha jornalística empregada por esta equipe está acertada, porque o público respondeu sim e a direção também está contente, está satisfeita com o que está acontecendo dentro dos estúdios, na linha de produção da Bandeirantes.

Por isto, realmente, ficamos contentíssimos em podermos estar aqui prestando esta homenagem, num programa, como já foi dito, exatamente democrático. Lembro-me uma vez que estava participando do programa, e falando sobre um Projeto que era apresentado aqui, nesta Casa, que era uma obrigatoriedade de se ensinar, de fazer com que as crianças pudessem reaprender o Hino Nacional Brasileiro nas escolas municipais. Colocamos esse assunto para ser debatido na Bandeirantes. Era o Veiga o apresentador de “Ciranda da Cidade” ele, com outras pessoas presentes, elogiaram o Projeto, mas logo, em seguida, veio o telefonema de uma professora, que depois fiquei sabendo ser das hostes do PT, pichou o nosso Projeto, aquilo que pretendíamos, inclusive ela sugeriu a orientação que o PT deu nesta Casa, no sentido de se insurgir contra determinados símbolos nacionais. Essa democracia faz com que a Bandeirantes seja uma emissora muito sadia, porque estas questões colocadas ao público fazem com que ele pense e assim abre a discussão, o que origina a verdadeira resposta daquilo que fazemos como homens públicos, como Vereadores desta Cidade. Quantas vezes isso aconteceu no “Ciranda da Cidade” e nos outros programas da Bandeirantes?

Por isso, mais uma vez, cumprimentamos os Senhores pelo jornalismo que apresentam na Bandeirantes, fazendo votos de que essa programação continue, pois é uma programação – e aqui vai um elogio – que nada tem de sofisticado. É algo que apresentam de forma simples, mais um jornalismo gostoso, autêntico, bom de participar e de ouvir. É uma rádio que já descobriu seu local, é um tipo de programa que tem o seu espaço. Que bom que nós, Vereadores, possamos estar ocupando esse espaço todos  dias, com toda a sua audiência. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito para o programa Ciranda da Cidade o Ver. Clovis Ilgenfritz que falará em nome do Partido dos Trabalhadores

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tendo a honra de assumir esta tribuna em nome do PT para saudar o Jornalista Paulo Solano, Jornalista Roberto Veiga, Jornalista Jairo Jorge, também queríamos saudar todos os integrantes da Rádio Bandeirantes, TV e em especial as jornalistas que trabalham também na produção no programa Ciranda da Cidade, Jornalista Maria Sueli, Jornalista Beti Santos, Jornalista Luciana Hausen e que para nós é uma satisfação muito grande podermos hoje trazer o abraço da Bancada do PT, que está ausente, na sua maioria, em função de um Seminário que havia sido já marcado há vários dias e que estão todos lá reunidos juntos com a Administração, com o Executivo fazendo uma revisão, uma análise para apresentação das contas e do que foi feito pelo governo até agora e programar este fim de governo, até 31 de dezembro de 1992. Nós achamos e já dissemos por várias vezes, de viva voz, que a Rádio Bandeirantes tem sido em Porto Alegre, no RGS, no País, nós que temos tido oportunidade de convivência direta com a Rádio Bandeirantes, um símbolo de renovação e de democratização do espaço de comunicação com a comunidade. Coisa que não acontece em alguns outros setores da grande imprensa brasileira e, hoje, nós nos defrontamos, a nível mundial, numa situação que nos coloca a necessidade de transformar alguns sistemas. Algumas estruturas que existem montadas na medida em que houve um avanço enorme do processo tecnológico, na medida em que houve um avanço nos setores da informática, da automatização, da cibernética etc. As grandes lutas do fim do século passado e aproximadamente metade do nosso século, as grandes lutas pela construção de uma sociedade justa, democrática e socialista representadas pelos movimentos dos trabalhadores que daria para nós identificarmos como o período do Taylorismo ou do Fordismo. Essas grandes lutas de massas que hoje são diferenciadas em países desenvolvidos e em países do Terceiro Mundo, hoje nós sabemos que na Europa, por exemplo, alguns países têm no movimento social bastante amortecido em função desses avanços da tecnologia, desses avanços na produção de bens de consumo em que, inclusive, setores dos trabalhadores têm interesses diferenciados com os nossos interesses e da maioria desses povos, e hoje vive no Terceiro Mundo, principalmente no nosso País. O Ver. Luiz Braz, no seu discurso, fez uma pequena provocação, dizendo que nós nos insurgíamos contra os símbolos nacionais, eu não sei bem a que ele queria se referir, mas eu imagino que seja – e aí eu dou total razão para ele – e quero dizer que pelas ondas da rádio nós tivemos oportunidade de fazer isso muitas vezes. Nós nos insurgimos contra o símbolo da miséria que representa o nosso atual sistema, nós nos insurgimos contra a dominação dos meios de comunicação que é um símbolo do nosso País que é um dos mais aperfeiçoados do mundo e dos mais modernos; que faz inveja aos Estados Unidos, à França, à Inglaterra, à Itália, que são alguns setores da imprensa que têm a tarefa da fazer calar as populações ou tentar aliená-las ao máximo para que elas continuem sendo massa de manobra dos setores dominantes desse capital internacional que está hoje dominando, também, um “processo moderno”, em que nós vivemos.

Então é importante ao saudar uma rádio que abre os espaços e que dá condições para que as idéias divergentes, no pluralismo que nós defendemos, possam ser colocadas. Essa rádio merece respeito, merece inclusive o incentivo de todos como o programa Ciranda da Cidade, para que continuem existindo, porque é no debate das idéias, nas suas contradições e contrariedades que vamos encontrar o melhor caminho para a sociedade.

Defendemos o pluralismo. Só que queremos a hegemonia da maioria. E hoje a maioria é trabalhadores. E estes estão sofrendo exploração. Queremos que isso seja transformado. E nada melhor que e debate e o debate multiplicado pelas ondas das emissoras democráticas, como é a Bandeirantes. Portanto, nossa saudação, nosso carinho e nosso respeito aos jornalistas que estão aqui representando a Rede Bandeirantes, nossos amigos Roberto Veiga, Paulo Solano e Jairo Jorge.

Eu queria pedir licença para referir uma palavrinha, uma vez que eu não estava aqui no momento, aos companheiros da PROCEMPA e em especial ao Sindicato. Quero dizer que nós também estaremos, junto com outros companheiros, integrando a comissão que vai conversar com o Presidente da PROCEMPA. Temos, já, conhecimento de causa. Sabemos a problemática que está sendo enfrentada. Na nossa visão e num trabalho absolutamente transparente, vamos lá. Nunca escondemos as contrariedades que temos pessoalmente, em algum momento, quando o Executivo Municipal, a Administração, nos seus vários setores, tem conseguido atender praticamente 100% das reivindicações dos trabalhadores do Município nos seus vários setores, mas não consegue transferir isso para uma convivência melhor, perde espaços ao mesmo tempo em que atende às reivindicações. É uma diferença com os procedimentos do Governo do Estado que não faz nem uma coisa nem outra. Mas vamos tratar de corrigir algumas questões que, no ponto de vista particular deste Vereador, podem ser corrigidas. Agradeço por esta oportunidade. E mais uma vez quero saudar os amigos da Bandeirantes. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Particularmente em nome dos produtores do apresentador Jairo Jorge, da equipe técnica, Ciranda da Cidade, usará da palavra o Jornalista Paulo Solano, Gerente de Jornalismo da Rádio Bandeirantes.

 

O SR. PAULO SOLANO: Caríssimo Presidente, meus caros Vereadores, é um motivo de satisfação estar aqui com os senhores, e principalmente para, neste exato momento, responder agradecimento a esta homenagem que os senhores estão fazendo ao trabalho que nós realizamos na Rádio e TV Bandeirantes. Primeiro lugar, devo dizer que é  uma responsabilidade nossa, é dever nosso bem informar. E por esse razão há mais de um ano e meio, quando eu assumi a gerência de jornalismo na Rádio, já tinha na televisão, o fiz com o propósito de bem servir à comunidade a que pertenço principalmente no sentido de que a democracia seja ampla na sua totalidade, e para que a democracia seja ampla ao longo dos anos, nós temos absorvido e sentido que ela só se faz com duas linhas, uma que vai, outra que vem, uma que ataca e outra que defende, e nessa simbiose uma reflexão profunda que todos nós devemos fazer, nós chegamos à conclusão de que o homem, pela sua própria natureza, só chega a um consenso, só chega a um determinado ponto comum no momento que há um entendimento. E para que haja esse entendimento, evidentemente, nós temos que colocar uma parte de um lado, outra de outro, e como comunicadores que somos tentar através de uma resolução das palavras fazer com que o público faça uma reflexão. Nós temos que ter consciência, a população tem que ter consciência dos representantes que tem, e nós temos que ter consciência do trabalho que nós efetivamos. E quem sou eu diante do mestre Dilamar Machado, que eu quando mais jovem admirava como radialista, ele como chefe de jornalismo que foi na Rádio Gaúcha, que me foi muito recomendado, uma vez, por Paulo Totti, que está hoje em Nova Iorque, uma pessoa que eu admiro muito e que por laços familiares nós temos grande afetividade. E hoje, mais uma vez, eu estou aqui para responder aos senhores com franqueza, com lealdade, que o agradecimento é todo nosso. A responsabilidade daquilo que está feito, e os senhores são co-responsáveis porque os senhores participam da nossa programação. Se ela vai ganhando corpo, é claro, porque os senhores fazem parte dela. Por esta razão é que eu digo que a democracia é muito cara. É muito cara porque ela faz com que as pessoas tenham que refletir, sentir, sensibilizar. E os fatos devem se dar, de uma certa forma, não tanto pela emotividade, mas pela seriedade e responsabilidade com que são apresentados.

Digo sempre que o político faz falta a todos nós. E o passado representa muito. Se nós fizermos uma digressão, olharmos para o passado, veremos que os Srs. fizeram falta. E não seja por erro de um ou outro que nós devemos, de uma certa forma, solapar tudo aquilo que foi realizado. E que é profundo, que a sociedade realmente necessita.

A nós cabe, neste exato momento, mais uma vez, agradecer e dizer que a nossa responsabilidade cada vez é maior, responsabilidade como cidadão, como pai de família, responsabilidade como eleitores que também somos, no sentido de que possamos mostrar, através dos senhores, a Câmara Municipal que Porto Alegre tem. O político do Rio Grande do Sul é um dos melhores políticos, na acepção da palavra, no seu totum. E nós temos que preservá-los. Preservando os senhores, nós estaremos também preservando a comunicação. A comunicação depende muito e muito dos senhores. E neste exato momento, em que eu agradeço esta referência elogiosa que os senhores fizeram, e que para nós é uma responsabilidade e uma obrigação, porque nós temos o dever precípuo, todos os dias, de bem informar a quem quer que seja, seja qual seja a ideologia, seja qual seja o partido. Assim eu entendo a democracia.

Agradeço, em nome da direção da Rádio e TV Bandeirantes. Saibam os Senhores que para nós, a nossa proposta é esta: democrática. Entendemos que todos têm o direito de falar, desde que com responsabilidade. E como nós sabemos que os Senhores têm responsabilidade, nós estamos abertos a tal. Muito obrigado pelas referências elogiosas ao Roberto Veiga, e ao Jairo Jorge, e saibam que a Rádio e TV Bandeirantes serão sempre para os senhores, dentro da democracia, uma extensão da Câmara Municipal de Porto Alegre. Cumprimento aos Senhores, porque cumprimentando aos Senhores estarei cumprimentando indiretamente e diretamente e emissora a que pertenço. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Assim, a Câmara Municipal, a Requerimento do Ver. Vicente Dutra, cumpriu esta agradável missão de homenagear o programa Ciranda da Cidade, e os companheiros da Rádio Bandeirantes que aqui se fizeram presentes, agradecendo a presença do apresentador Jairo Jorge, do criador da apresentação deste programa, Jornalista Roberto Veiga, Gerente de Jornalismo da Bandeirantes Jornalista Paulo Solano, demais colegas presentes, produtores,  agradecendo a todos pela presença e lembrando aos Vereadores que logo mais, às 20 horas, aqui, neste Plenário, será realizada uma Sessão Solene para entrega dos diplomas de Melhores do Carnaval de Rua de 1992 a todas as entidades carnavalescas e seus destaques. Amanhã, às 9 horas e 30 minutos, Sessão Extraordinária para Pauta e, posteriormente, votação de Resolução da Comissão de Finanças e Orçamento, com Parecer sobre as Contas da Prefeitura Municipal referente ao exercício de 1987.

Encerramos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Levanta-se a Sessão ás 16h11min.)

 

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